Mortes que não são mortes

Já tinha lido sobre quem matasse pessoas que no registo civil, nas finanças, na segurança social e no caderno eleitoral não morreram. Também já me desiludi umas quantas vezes com falsos amigos. Primeiro o choque, depois a desilusão e finalmente a indiferença. Um sorriso amargo e boa educação acima de tudo. Nunca tive necessidade ou vontade de matar alguém. Hoje tenho. Hoje tenho vontade de fechar todas as portas que me ligam ao falso amigo que quero matar. Por boa educação e bom senso, vou despedir-me. Talvez no mundo dos mortos, uma palavrinhas do quanto é mau magoar os amigos sirvam de emenda ou de discurso para não ir parar ao inferno. Por mim podia ir, desde que o inferno fosse longe. 
Amanhã, ou depois, talvez mate um falso amigo que não vai morrer no registo civil, nas finanças, na segurança social e no caderno eleitoral.
Próximo post:
« Próximo post
Post anterior:
Post anterior »
0 Comentários fofinhos