Este ano foi o mais intenso e frustrante que conheci em termos de trabalho. Uma parte de mim sabia o que esperava. O mestrado não prometia ser fácil, a organização também não tem sido o forte da faculdade de engenharia e o facto de vir de uma faculdade tão diferente, principalmente do depois do rico-e-belo-erasmus-que-tanto-sossego-me-trouxe, a tarefa seria árdua. Por outro lado, no ano anterior a este, eu consegui tanto, com trabalho, mas sem desespero, que esperançava ter um ano parecido.

Pois que não foi. Foi horrível. Tive varicela aos 22 anos, precisamente na altura com mais trabalhos. Tive de fazer várias disciplinas numa só (as minhas bases eram muito poucas em algumas áreas) e isso sente-se na minha média. Passei muitas mais horas seguidas a trabalhar este ano do que durante toda a minha licenciatura. Aprendi muito sozinha ou por meios não-curriculares. Perdi o meu princípio de não trabalhar à sexta e ao sábado à noite. Deixei de fazer desporto, por completo. Deixei de ler por completo. Deixei tudo, TUDO o que não era faculdade para segundo plano na maioria do tempo.

Eu sei, há sempre coisas boas. Há sempre coisas felizes pelo meio. Uma delas é que voltei à minha faculdade de caloira, voltei à minha faculdade de engenharia. Voltei a cruzar-me com os meus amigos de caloira. Voltei a almoçar e jantar com eles. Saí da minha zona de conforto. Precisei de pôr alguns pontos finais, coisa essencial ao crescimento. Passei a dar muito mais valor aos pedacinhos livres com as pessoas de quem mais gosto. Tive um retorno enorme do meus meninos da catequese - ao quarto ano com eles, todos maiores do que eu, mostraram ter um coração e princípios para dar e vender. Percebi que há uma coisa que eu não quero que seja o meu trabalho. Percebi que tenho de me decidir quanto a isso. Conheci-me um bocadinho melhor e organizei tudo de forma a que o próximo ano seja muito melhor. 

Agora estou de férias. Ainda não as sinto, mas já acredito nelas. Estou aqui, sentada no computador, a escrever, sem pressa. Sem a sombra do quanto tenho por estudar. Sem a sombra de ter isto ou aquilo por organizar. Sem a culpa de não estar a trabalhar. 

Hoje os meus planos não são ir para o café estudar. São ir ao cabeleireiro, arranjar as unhas e correr. São matar-me com abdominais e planear a minha sala de massagens. Tirar fotografias. Ver o mar. Reinventar os 48 dias de férias que tenho pela frente!

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