Se uma terapia encanita muita gente, duas encanitam muito mais!

Este mundo da saúde tem tanto de tão bem intencionado como de intrigueiro. Temos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, massagistas, osteopatas, homeopatas, quiropratas.... uma panóplia tão grande de especialidades que até procurar sobre o assunto não se faz ideia da existência de tal. 

Entre médicos, a maledicência felizmente é um mal menor. Um médico não fala mal dos colegas aos pacientes. Mas, infelizmente, isso ainda acontece entre enfermeiros e entre outros profissionais da saúde. Há uma espécie de guerra de tratamento. Os enfermeiros - grande parte daqueles que gostavam mesmo era de terem tido média para medicina - sentem-se inferiores, guerreiam por poder e deixam passar isso para os pacientes. Os fisioterapeutas não gostam dos técnicos, dos profissionais com cursos técnicos e não superiores. Eu, no meio disto tudo, acho isto só parvo.

Cada um tem o seu lugar e a sua importância. Qualquer enfermeiro tem funções muito importantes que não competem a um médico. Cabe-lhes tanto ou mais lidar com pessoas e tratá-las, ouvir-lhes as queixas e sossegá-las. Quanto aos fisioterapeutas: meus senhores, um massagista com uma formação profissional como a minha, não vos substituem. Não, de todo. 

E também ninguém tira trabalho a ninguém, como se diz por aí, nos cantinhos da cusquice. O que acontece, como todos já deveriam ter reparado, é que os trabalhos certos andam escassos. A lei da sobrevivência, do desenrasque, da versatilidade e do reinventar mandam nos dias de hoje. Desconfio até que a minha geração vai sofrer disso nos próximos longos anos e se queremos pôr comida na mesa, temos de nos reinventar. Se procuramos bons salários à partida, só porque somos donos de um bom curso superior, se achamos que é sentados a enviar currículos, sem bater pés e às portas, que os vamos conseguir estamos muito bem enganados!

Por outro lado, existem médicos, enfermeiros e fisioterapeutas que já reconhecem as terapias não-convencionais. Tanto que, finalmente, o ministério da saúde está numa tentativa de regulamentar essas atividades. A investigação nessa área começa a existir e há médicos de família que entram em parcerias com terapeutas. 

Como tal, se por algum motivo tiverem dúvidas acerca de um terminado terapeuta, se confiar se não, as regras são básicas:

- Procurar referências;
- Perceber a abertura do terapeuta para dar a conhecer e/ou trabalhar com o seu médico - um bom terapeuta não receia isso;
- Garantir que os valores cobrados são tabelados;
- Começar qualquer tratamento, inteirando o terapeuta da situação de saúde, tal como perceber a recetividade do mesmo para o assunto;
- Perguntar acerca de todo o procedimento e esclarecer todas as dúvidas existentes.
 
Resumidamente, é como escolher qualquer outro médico: competência e transparência.

E, já agora, nunca se põe algo de parte à partida, se não se conhece. Lição de vida!
Próximo post:
« Próximo post
Post anterior:
Post anterior »
0 Comentários fofinhos