Uma visão sobre o Natal

É noite de Natal. Os presentes foram todos comprados até segunda. Para terça e quarta restaram os presentes home-made, a entrega a quem não estaria comigo na noite de Natal e o embrulhar do que restava. Percebi que este ano não comprei nada para me oferecer a mim no Natal. Nestes últimos dias estive tão centrada no que tinha para oferecer que nem me passou pela cabeça. Gosto muito mais de oferecer do que receber e gostei de saber que era noite de Natal e que não havia nenhum presente que já soubesse o que era. 

Depois do jantar, da confusão, dos gritos pelo Pai Natal e das fotografias, os presentes chegaram. E chegaram presentes muito originais. Tão originais quanto em cheio. Além do prazer da troca, são os presentes originais que me fazem gostar muito do limite consumista a que levamos toda esta época. O pensar, escolher, cuidar e perder tempo por um objeto para alguém, fazem a diferença e é isso o melhor do Natal para mim. 

O pior do meu Natal advém do melhor. Não é algo mau - acho-me sortuda com esta coisa do Natal. O pior é sentir-me snob quando o mais valioso e precioso dos meus presentes é a originalidade, que é vista como inutilidade por outros. Eu sei que as pessoas são diferentes. Ali são muito diferentes umas das outras, com vivências, ideologias e experiências muito opostas. Para algumas a originalidade é inútil. Isso é só um facto, tanto como me chateia. 

Eu não sou fútil. Eu nem me lembrei do presente que me costumo oferecer. Eu não faço questão de receber muitos presentes. Eu gosto do Natal pela confusão, pelo barulho, por poder pensar em alguém e  por pensar em mim, menos superficialmente. Tudo menos superficialmente. 
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