Trabalhar sob a forma de filosofia

Recebi o meu diploma de curso esta semana. Setembro está aí e a verdade é que ainda não tenho um trabalho que me sustente ou o procurei. Há razões para isso. Estou a delinear os planos para setembro. São muitos, ainda que não incluam um trabalho que me sustente. 

Por um lado, a inexistência de um trabalho desses é boa e foi uma coisa pensada. Teria de parar de trabalhar pouco depois, durante algumas semanas e não teria oportunidade de pôr outros projetos e ideias em prática. Ainda não sei se vou conseguir pôr todos em prática porque o sacana do tempo é limitado, mas estou aqui a articular e parece-me possível - assim sem parar um minuto, como eu gosto. 

No entanto, existe outro lado. Aquele em que eu não quero que esta situação se prolongue em 2016. E é esse lado que me deixa mais ansiosa. Fiz um currículo, conheço bem as minhas valências e estou à procura de trabalho noutro país. Um país que promete mundos e fundos, que aparentemente tem trabalho sem fim. Mas e se esse trabalho sem fim não encaixa naquilo que eu sei? Ou melhor, naquilo que eu não sei... porque se há coisa que me apercebo é que do meu curso o sumo é muito pouco. Quero trabalhar noutro país por opção porque só assim estarei a estimular ao máximo as minhas capacidades em termos técnicos e linguísticos; porque se não tentar voar alto agora, não vou regressar a casa numa próxima estação, como os passarinhos, vou ser velha de mais para conseguir regressar ao ninho. 

Além da limitação de encontrar um lugar onde me queiram ensinar coisas enquanto me pagam, convém que seja um lugar que eu não odeie. Acabei de sair de um assim e tenho a certeza que envelheci mais num ano do que nos 5 anteriores. 

É uma tarefa difícil de gerir esta. É difícil gerir o bom que vai ser fazer um monte de coisas giras que me realizam efetivamente misturado com uma certa ansiedade de conseguir um trabalho e uma independência. 

No fundo, se fosse possível, eu passava a vida a trabalhar sem receber nada em troca. Concluo que gosto mesmo de trabalhar, de me manter ocupada e fazer qualquer coisa útil para alguém, mas sou péssima a vender-me (salvo seja!), sou péssima a fazer dinheiro com isso. Gostar muito de dar pode, assim, ser um problema!



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