Como dizia no post anterior, a minha lista de afazeres vai diminuindo, embora que lentamente. Mas estes dois pontos, com o seu caráter imperativo e definitivo atormentam-me os planos, os dias e deixam a visão extremamente feliz de 2016 um pouco turva.
Despedir é mau, é triste, é dizer adeus até não saber quando. É não poder marcar, desmarcar e remarcar encontros, tudo numa semana; é saber que em todas as sextas ou sábados, as caras bonitas de quem mais gostamos não vão estar algures ao nosso encontro.
Fazer as malas, por sua vez, é querer arrumar uma vida dentro de duas malas e uns caixotes; é escolher o que é meu, é decidir que deixam de existir roupas comunitárias, materiais comunitários; é esvaziar lugares que sempre estiveram preenchidos, como se a ausência ficasse permanentemente marcada.
Eu não quero riscar o item que me encarrega de terminar a lista de itens a levar ou o de marcar despedidas. Eu não quero, não gosto e é a única barreira que estou a encontrar.
Arrumar a vida numa mala tem o seu lado bom: chama o lado minimalista que precisa de ser desenvolvido e é um ótimo momento para deitar fora o que já não serve para nada. No entanto, marcar despedidas, não tem nada de bom. Não há jantar, almoço, lanche ou festa capaz de aquecer a ausência de quem não cabe na mala.
Nota à navegação: Nada neste post demonstra arrependimento. É só um retrato do reverso da moeda.
Nota à navegação: Nada neste post demonstra arrependimento. É só um retrato do reverso da moeda.
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