Berlim - parte 1


Ainda não é bem Berlim. A fotografia é, mas o conteúdo são as peripécias das viagens - não me chamasse eu Sara, e os transportes.

Decidimos ir de autocarro. 750 km por menos de 30€. 11 horas de autocarro é certo, mas feitos durante a noite que por mim, desde que de pés elevados, durmo em qualquer cantinho. Dormi pelo menos 6 horas e embora não estivesse fresca de manhã, estava bem para passear.

Não é tão fácil para pessoas com sono mais leve e maiores. Pode ser realmente desconfortável. Mas tudo depende até que ponto o benefício do preço do autocarro e de não pagar uma noite é importante para cada um. Nós que (ainda) temos espírito para low cost achamos sempre uma boa opção.

A viagem de volta foi mais longa e cheia de novidades. Um ataque de pânico que me parecia AVC, polícia e bombeiros dentro do autocarro a gerir a situação de um homem que não falava alemão nem inglês. Depois um controlo de imigrantes em que um polícia bem parecido olhou para cada um dos passageiros, de forma pormenorizada e constrangente, pediu identificação a alguns, validou identidades, voltou a olhar para todos individualmente e mandou seguir.

O mais animado ainda estava por acontecer. Compramos numa companhia diferente as viagens entre Berlim e Munique e Munique e Innsbruck. Com todas as peripécias da viagem, o primeiro autocarro atrasou-se e já traçávamos planos para dormir em Munique, vendo o dia seguinte bem complicado. Avisamos o motorista da nossa pressa, que fez tudo para conseguirmos a ligação seguinte, tentamos pedir para atrasarem o seguinte autocarro e traçamos um plano para que, caso o autocarro ainda estivesse na estação, não fugisse. 

O primeiro autocarro estacionou dois minutos após a previsão de partida do segundo. Nós, de mochilas em riste há 5 minutos, voamos do autocarro, cada um na sua direção: eu corri para o local de saída e o autocarro da frente zarpou sem que soubesse o seu destino. Nenhum dos outros era o nosso. Houve quem quisesse escrever no livro de reclamações e quando nos resignamos e começamos a dar asas ao plano b, o autocarro apareceu-nos à frente. Acenamos que nem maluquinhos em frente ao autocarro e o motorista deixou-nos entrar. O melhor aconteceu depois, quando percebemos que a nossa sorte for o relógio do segundo autocarro estar atrasado e, assim, ter partido mais tarde. Às vezes, o mundo conspira a nosso favor!

Tenho saudades de comboios baratos. Tenho saudades de comboios. Já disse que adoro comboios?
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