A corrida da Primavera



Não vou escrever sobre o quão formidável está a minha forma física, que as viagens, a neve e as amêndoas deitaram por terra as semanas anteriores de pouco açúcar e exercício. Isso não interessa para o assunto quando o que interessa hoje é a Primavera e a forma como por cá se faz exercício.

No sábado deu início a época das corridas aqui na cidade e começou em bom com uma corrida de Primavera, patrocinada por uma marca de leite tirolês (cujas vaquinhas moram em quintinhas numa zona aqui atrás de casa e por onde não pretendo passar quando o calor apertar). A inscrição foi feita apenas no dia, onde nos deram um dístico. Como fomos mais cedo para não chegarmos na hora da confusão, tivemos tempo para observar as diferenças quanto às corridas em Portugal. 

Ficam 3 diferenças:

O tirolês não corre para poder partilhar. A quantidade de corredores que leva algum dispositivo para medir velocidade ou distância é muito muito reduzida. Foram poucas as fotografias tiradas pelos participantes, para partilhar nas redes sociais e isso é drasticamente diferente do que vemos nas corridas portuguesas. Contra mim falo que preciso de saber quanto percorri, saber se superei o tempo, a velocidade ou a distância. É a minha motivação para continuar, é uma competição comigo própria e para saber se realmente os desafios são superados, preciso de provas. 

Desporto é diversão! Há um espírito de descontração muito grande. Ninguém está muito importado com o tempo que faz, com a distância que faz. Não existem divisões, na partida, entre quem faz 21 km, 15, 10, 5 ou 3. Não há marcações a cada quilómetro e não vimos ninguém, além de nós, preocupado com isso. No fundo eles é que estão certos. Mas, para a minha motivação e gestão psicológica, essas bengalas são fundamentais. É dessa forma que eu faço 5, 6 ou 7 quilómetros, sabendo o que fiz e o que falta. 

O mulherio está todo em forma. Além de se verem muito mais mulheres a fazerem distâncias longas, a quantidade de malta pouco tonificada é muito menor do que a quantidade da em forma. Conta-se pelos dedos a quantidade de pessoas obesas que encontramos desde que cá estamos, esta malta mexe-se por hábito, sem ses ou desculpas. O que para mim, depois de anos de inércia, tem muito que se lhe diga.

Ok, também há muitas semelhanças, nomeadamente um aquecimento com música foleira e em modo zumba. Também se oferecem bebidas cheias de açúcar no final - e sal, as bebidas que nos deram eram saborosas, mas com muito açúcar e bastante sal para um refrigerante. 

Não bastasse a corrida sempre junto ao rio, com o sol a alegrar-nos o dia e as flores que aparecem por toda a cidade de forma tímida mas intensa, no final ainda nos ofereceram Amores-perfeitos. E eu que me andava a controlar para não comprar flores - que cá são um balúrdio. É que uma casa com flores torna-se ainda mais casa, percebem?
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