Eu, preconceituosa

Estou a frequentar uma disciplina de um curso tipicamente de homens. Felizmente, na (numa) faculdade de engenharia já não estudam só homens, ainda que a maioria o continuem a ser. Isto deve-se ao facto da emancipação das mulheres, da igualdade de direitos mas, também da existência de novas engenharias, novos cursos. No entanto, continuam a existir cursos de engenharia onde cerca de 80% dos estudantes são homens. E, como dizia, estou a frequentar uma disciplina dum desses cursos.
Ora, como fui sozinha porque queria mesmo saber mais sobre aquilo e mais ninguém do meu curso partilhava da mesma panca, estou lá um bocadinho caída de pára-quedas. Não que o estar sozinha fosse problema (nunca foi), mas o estar sozinha numa disciplina onde não sei nada sobre aquilo faz alguma diferença.
No primeiro dia de aula de laboratório cheguei (atrasada e ensonada) e procurei um lugar livre para me sentar. Havia dois lugares. Dois lugares junto a dois rapazes intrometidos em si próprios. Não tive de tempo de os avaliar devidamente, afinal de contas estava atrasada e sentei-me. Percebi naquele momento que iria trabalhar o resto do semestre com aquele colega e não sabia rigorosamente nada acerca dele. Só sabia que não era social e que não se vestia de acordo com qualquer revista de moda. Na verdade, se tivesse tempo de o avaliar, ter-me-ia sentado junto do outro colega, teria sido preconceituosa e acharia por bem escolher aquele que se apresentava melhor (a primeira impressão é do caraças, senhores!). 
O que interessa é que não sentei e acho que a sorte volta a estar do meu lado. O rapaz parece-me muito mais trabalhador e organizado (coisa que realmente faz a diferença). E não é assim tão anti-social. Apenas é um bocadinho diferente dos colegas e acaba por se isolar. Não sei se é mais velho, parece, pelo menos, mas tem certamente uma maturidade diferente dos alunos do segundo ano de uma faculdade. Faço-lhe mil perguntas, estou sempre a pedir desculpa por não saber muito, mas tenho um feeling que a coisa vai resultar. Provavelmente darei mais novidades porque trabalhar com alguém é, obrigatoriamente, conhecer um pouco desse alguém e TODOS temos as nossas pancas.
Com isto tudo, tenho a dizer que aprendi uma lição! 


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