Desabafos (parte 1000)

Gosto muito destes 5 anos. Gosto muito de todas as pessoas que conheci, das faculdades por onde passei e de todas as coisas que aprendi, académicas ou não.


Não gosto nada de ter aprendido a estudar muito tempo seguido. Não gosto de ter como prioridade máxima (porque o é) estudar exaustivamente. Não gosto do tempo que deixei de ter para os meus amigos, de estar sentada horas a fio, à semana e ao fim de semana, e de não fazer exercício físico. Não é normal, nem suposto, passar os dias a pensar nas férias e achar que não há nada para aproveitar entretanto, ou não há tempo para isso. 

Acho muito corajosos todos os que fazem carreiras de sucesso numa coisa diferente daquela que estudaram. É admirável ser capaz de deixar trabalho e dinheiro seguros, por felicidade. 

Tenho passado os dias a pensar nisto, sempre que começo a desesperar (sensivelmente de 5 em 5 minutos). Não que ganhe dinheiro com o que estudo, não que não goste muito do que aprendo na faculdade. Mas tenho todos os dias mais certeza de que só quero que termine o mestrado para fugir do mundo da investigação. Dá cabo de mim passar os dias a ler artigos e a escrever. Eu quero ser engenheira, resolver problemas e pensar em soluções. Não quero passar os dias nesta ansiedade nesta angústia de ter de escrever de uma forma que eu não gosto, de uma forma técnica e rígida, com linguagem para um grupo de pessoas que não são pessoas, mas ratinhos de escritório ou laboratório. 

Sabem o que mais custa? Pensar que falta um ano. Faltam mais de 100 páginas escritas e mais de 1000 desespero.

Entretanto... entretanto as férias estão a pouco mais de 1 mês.  


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