Fechada para arranjar tempo

Não tenho feito muitos bolos. A minha queima não durou uma semana. A massagem está parada. Ou melhor, tudo o que gosto de fazer para além de estudar, está em coma dentro de mim. E não imaginam o quanto o cheiro da sala de massagem inacabada me corrói, assim como os cheiros dos morangos que têm ficado vermelhos e pedem sobremesas.
A vida tem este defeito: não dá para fazer tudo, muito menos tudo bem feito. Eu lamento isso há anos, mas os anos têm-me realçado o dissabor de priorizar. Priorizar todos os dias entre um balanço de não trabalhar apenas, de não trabalhar de menos e de não perder prioridades e importâncias, conseguindo ser muito feliz, mereceria um qualquer título em gestão. 
Tenho passado os dias numa culpa constante. Tenho tantas saudades por matar, tanto tempo que eu dispenso para tratar das atividades em que me envolvo e me culpabilizo, por não estar a estudar para o raio do mestrado que tem mudado tanto a minha vida. Depois da culpa vem sempre a depressão. Ou porque preciso muito de dormir mais, ou porque eu sei lá se daqui a um ano, quando terminar o mestrado, vou encontrar um trabalho decente e que me realize. No final da depressão fico sempre a achar que não haverá um trabalho que eu queira e goste, aqui ou na china (se é que sequer o café da esquina me quererá lá a trabalhar). Felizmente, entretanto é noite e de manhã a minha alma costuma estar renovada. Aí já tudo é possível. O dia terá espaço para tudo, para trabalhar muito muito e para ir tomar um café. No dia seguinte, eu já me vejo como alguém muito trabalhador que qualquer um quererá empregar. No dia a seguir já tenho a certeza que consigo gerir tudo e juntar muito dinheiro para os mil planos para as 5 sextas, 5 sábados e 5 domingos que agosto de 2014 terá.
O que não me deixa a alma entrar em coma também, são as manhãs e o agosto (cheio de conversa em dia e passeios). São os sonhos para depois e os planos para 2015 que tem potencial para mudar qualquer vida.
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