O Festival 4500 é um festival sem fins lucrativos, tem meramente (ou grandiosamente) fins culturais. É uma daquelas coisas que nasce da força de vontade e do espírito de equipa (e, por vezes, de sacrifício). É feito de muita gente jovem e de outra gente menos jovem, tanto na organização, como nas bandas e atividades que vão decorrer ao longo do próximo fim de semana pelo concelho de Espinho, onde todas as bandas têm pelo menos um membro de cá.
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A caminhada até hoje foi longa. Da ideia aos patrocínios para conseguirmos obter o suporte técnico, da formação de um grupo de voluntários multi-disciplinar à divulgação, passaram-se alguns meses e ultrapassámos muitas barreiras. Engolimos muitos sapos e reforçamos duas ideias: somos naturalmente avessos à mudança e o meio político é um conflito de interesses tão grande que até dói pensar (mesmo em micro cidades como a nossa). Conhecemos pessoas novas, diferentes. Pessoas que eu não imaginava sequer existirem, estilos de vida que se encontravam fora do meu dicionário.
Eu que defendo ter sido importante estudar numa escola com pessoas muito diferentes, com percursos e famílias muito paralelos ao meu, com quem fiz amizades e orgulhosamente cumprimento quando passo, ainda aprendo que é importante conhecer pessoas diferentes de mim, agora. Precisamos sempre de ultrapassar barreiras, preconceitos e depois de termos vontade de andar ao soco a meio mundo, tornámo-nos mais tolerantes.
Sou também uma defensora do associativismo, a ideia de conceber ideias por um princípio conjunto, sem receber dinheiro em troca é das ideias mais geniais da humanidade, no meu parecer. Sou defensora que uma associação sólida, com rotatividade e princípios bem definidos para todos os membros, dá muita discussão (pior é mesmo quando as chatices deixam de existir) e, acima de tudo, muitas memórias que seguem connosco.
A organização para este mega evento foi mesmo isto: uma mini-associação que criou um mega evento. Estou aqui amedrontada que não tenha a adesão devida. Também não espero todos os espetáculos cheios, mas espero-os todos compostinhos. É a única recompensa pedida, a única energia para que no próximo ano seja ainda melhor!
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