Homens e O mojito

Nós, as mulheres, adoramos falar sobre os homens. Ora bem, ora mal. Do nosso, temos sempre o que de mal dizer. Temos sempre com e do que nos queixarmos. «Nem imaginas o que ele me fez ontem!» «Sabes que aconteceu isto e aquilo e ele está sempre a fugir à conversa?» «Ele é um traste, um lambe botas, se eu não gostasse dele...!» Geralmente somos incoerentes e esquecemo-nos do quanto somos difíceis de aturar, também.

Na verdade, verdadinha, eu acho é que das duas uma: este facto ou vem da nossa natureza linguaruda que gosta de reclamar do que tem para reclamar e do que não tem; ou por outro lado, o nosso homem não é a pessoa que devíamos ter ao nosso lado. Independentemente das razões que nos levam a esse triste facto.

E eu? Como é que eu sou? Eu, quanto a homens, sou um bocadinho preto no branco, aprendi a sê-lo. Quanto a este assunto, não podem haver cinzentos, se é que somos inteligentes e queremos uma vida sem demasiados dramas amorosos. Antes de mais, temos de saber o que procuramos. Se queremos um namorado para nos divertirmos durante uns tempos, ele não precisa de ter objetivos de vida parecidos com os nossos. Se não queremos fazer planos para daqui a uns anos, não faz muito mal que ele não queira sair com os nossos amigos ou goste deles. Nesse caso sabe é bem cada um levar a sua vidinha, mais ou menos paralela. Depois um dia aquilo acaba a mossa é pouca ou nenhuma. Agora, caso o objetivo seja outro, caso não estejemos efetivamente para aturar homens de quem gostamos de falar mal, aí temos de filtrá-los bem, temos de levar o nosso objetivo acima de todos os outros instintos. O que se pede é basicamente seletividade fina.

A seletividade fina inclui não sermos fáceis, inclui irmos despistando aquilo que toleramos, o que poderemos vir a tolerar e o que definitivamente não toleramos aqui ou na china, enquanto não estamos perdidamente caidinhas, quando nem a seletividade nos salva durante uns tempos. Eu, por exemplo, passo-me dos miolos com homens que fogem a sete pés de conversas importantes. Mas tenho amigas que até toleram essa triste característica. 

Pois é, cada uma sabe de si, sabe do que gosta e do que acha passível de tolerar por anos a fio. Nem toda nós temos a sorte de encontrar a pessoa que passa pela nossa seletividade e poucas temos certeza que seria impossível estar melhor. 

Todo este texto surgiu porque me apeteceu escrever sobre o quanto eu sou sortuda com o namorado que tenho. Ele, além de passar bastante bem nos meus critérios de seleção (além de todos os critérios emocionais e melo-românticos que não são para aqui chamados), ainda é capaz de me surpreender e de me demonstrar que não podia MESMO ser outra pessoa naquele lugar. Nenhum outro homem se lembraria de decorar o meu pin de telemóvel para quando, de meio em meio ano, os meus dedos se esquecem dele. Ou, mais ninguém neste mundo teria a certeza que num dia em que eu precisava de sair de casa, aliviar a pressão que sentia na minha cabeça, depois de uma semana tresloucada, quando nem muitas pessoas queria ver, tudo o que eu precisava era de beber um mojito. Um mojito! Eu gosto tanto de mojitos e têm TANTO o efeito de me aliviar a tensão. Era mesmo aquilo que eu precisava. E nem eu sabia. Um mojito!
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1 Comentários fofinhos