A vida é feita de escolhas. Cada um escolhe o caminho que quer e deita-se na cama que faz. Somos o resultado daquilo pelo que lutamos. Chamemos a isto clichés ou ensinamentos antigos. Chamemos-lhe o que quisermos. Há quem considere balelas, há quem tenha conseguido tudo à luz destes lemas.

Apostar nos estudos com a promessa de um futuro promissor, de um futuro certamente endinheirado que, pelo caminho, se transformou apenas na promessa promissora de uma valorização pessoal. Estudar ensina-nos a lermos o mundo. Ensina-nos a aumentarmos expectativas. A definir estratégias para depois. 

Nós, pessoas de 20s, definimos estratégias para os 20s. Elaboramos planos de estratégia. Já não elaboramos só o plano A e o plano B, hoje em dia, elaboramos todo um alfabeto de planos. Temos inúmeras linhas traçadas com um único fim: felicidade, dinheiro e realização.

Mas e todos os que definiram linhas concorrentes e mantiveram-se eternamente paralelos a uma delas? Como é que se lida com isso? Como é que se lida com a certeza que, por exemplo, o esforço e o trabalho já não são as únicas chaves para o sucesso? Por exemplo, como é que se lida com a frustração de planos destruídos, à partida, pelo preço dos impostos? Como é que se lida com meses de não-respostas?

Como é que ainda temos coragem de elaborar planos megalómanos? Ou como é que os elaboramos e nos aguentamos sossegados até à hora de os pôr em prática, se sabemos que a probabilidade de falharem é tão grande? E como é que este país gosta tanto de que a solução A possa ser sair de cá? Como é que se mantém impávido e sereno? Como é que acha que assim é que vamos lá chegar, àquele sítio do quinto império?

A vida já não é feita de escolhas.

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