Um dia pagamos todos os nossos pecados!

Ou um dia pagamos por todos os 'eu nunca'!

Eu já achei que a Igreja era uma coisa ultrapassada. Sem futuro. Ou pelo menos com um futuro paralelo ao meu. Sempre achei porreiro ir à catequese. Tinha amigos que não eram da minha turma e lá sempre podia pôr a conversa em dia! Entretanto dei catequese. Passei a não falhar a uma missa. A ir a várias num só fim de semana. A ter um grupo de jovens católico na agenda do sábado e noutros dias, quando assim era preciso. Não acho que tenha a maior vocação para a catequese. Porém sei que o sei fazer bem. Aprendi que a Igreja não tem nada de mau, de ultrapassado ou de pouco importante, muito pelo contrário. Achei que tinha algumas coisas a dar à Igreja pela minha visão jovem da coisa. E pela minha visão de futuro dela, diferente da mal-vista beatice. Eu, um dia, achei que o meu futuro seria totalmente paralelo à Igreja e hoje sou uma católica que defende a paz, as boas obras dela e um futuro muito importante na sociedade. 

Eu já só estudei matemática. Já achei uma aberração estudar tantas horas seguidas. Já achei que tantas horas presa a um lugar só me poderia trazer infelicidade. Bem, esta última parte continua a ser a minha máxima. Mas não que a possa cumprir. Eu já achei que nunca estudaria muito e isso mudou totalmente com o avanço da faculdade. As aulas começaram a não ser suficientes. Os objetivos foram aparecendo. Na faculdade e fora dela já não bastava o meu ritmo descontraído. Cada vez menos chega. Eu já achei toda esta perspetiva um atentado à felicidade, já gritei ao mundo que nunca seria assim. Mas sou incapaz de a praticar em prol dos malditos objetivos que nos trazem uma forma diferente de felicidade: a realização.

Eu já anunciei o desporto como a última coca-cola do deserto. Como algo que eu nunca deixaria de praticar com frequência. Sempre achei que por esta altura ainda fosse capaz de fazer a espargata e correr 10km sem muito esforço. Hoje corro 5km com muito esforço e devo ficar a 10cm do chão na espargata. Este mês nem sequer paguei o ginásio porque não tenho tempo. O próximo mês vai pelo mesmo caminho. Conclusão: eu passo os dias sentada. Sem correr. Sem nadar. Quase sem caminhar. E um dia achei que o desporto fosse a minha coca-cola do deserto. Fosse a única forma de eu sobreviver.

Eu já achei que o meu vício do chocolate nunca me deixasse perder as banhinhas da minha barriga. Mas afinal esse meu vício deixa, desde que haja um mestrado a consumir-me o juízo e a gordura. 

Por isso, meus amigos, os 'eu nuncas' e as nossas máximas podem ser uma treta pegada neste sistema e sociedade a que nos impomos. Vou continuar aqui sentada. Talvez caminhe 2 minutos na hora do almoço para ir até ao microondas. Daqui a pouco vou comer um chocolate para manter alguma sanidade mental e tenho a certeza que a balança vai marcar o mesmo peso com mais uns dias a este ritmo.
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