Já contei algures no blog que gosto muito de fazer apresentações orais. Já escrevi os 10 mandamentos das apresentações e já fui extremamente bipolar (aqui e aqui), também. Hoje volto ao tema.
Há 5 anos, tive uma disciplina chamada Técnicas de Comunicação em que a professora nos filmava, obrigava-nos a ver, a auto e hetero avaliarmo-nos. Lembro-me de ela me dizer que eu tinha um talento inato para aquilo, que conhecia pouca gente que comunicasse tão bem quanto eu sem ter nenhum trabalho nesse sentido. Eu não concordava nada. Eu via vários erros nas minhas apresentações e achava mesmo que só me destacava porque os outros eram maus.
Há várias coisas erradas no nosso ensino e eu acho que uma delas é não nos treinarem para falarmos em público. É normal com a idade amplificarmos os nossos receios e serem condescendentes com o facto de termos medo de algo que não conhecemos, só alimenta isso. Não sermos capazes de comunicar em público, controlando algum desconforto, torna-nos geralmente, em situações novas, muito menos confiantes. E isso não é bom em circunstância alguma.
Eu não acho que seja muito boa, mas sei que quando trabalho para isso, quando treino centenas de vezes, penso nos meus erros e esforço-me por controlá-los, consigo sê-lo. E adoro sê-lo. Quase chorei quando no final da minha apresentação de licenciatura, o professor que mais temia me elogiou. Esse senhor, no dia em que me conheceu disse que eu "parecia um pivô da televisão" e no dia em que se despediu disse com felicidade que eu "parecia a menina da meteorologia". Tudo de forma muito feliz, surpreendida e satisfeita.
Hoje tinha uma apresentação... mas como tive um exame ontem, só hoje de manhã, quase na hora de sair de casa, a terminei. Não consegui treinar. Cheguei lá e pronto. Saiu e acabei por me destacar. Porquê? Porque os outros estavam inseguros, passaram insegurança, leram dos slides, não falaram para o público. Reparem: eu sabia quem era o meu público, sabia que eles sabiam menos do que eu sobre o tema e pronto; expliquei tudo para alguém que precisava de ser contextualizado, como se eles tivessem 3 anos, comecei com uma frase que lhes captou toda a atenção, mostrei com entusiasmo a utilidade do trabalho e pronto. A verdade é que não tenho a mesma segurança quando tenho pessoas que sabem mais do assunto do que eu, não tenho naturalmente, mas o treino serve para disfarçar isso e na altura das perguntas que seja o que deus quiser!
Agora é só aguardarem agora pela véspera da tese em que vou desesperar e escrever aqui que não é nada disto!
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