Cinanima 2015

Esta é a semana do Cinanima 2015, o festival mais fofinho do cinema de animação. É em Espinho e é promovido pela Nascente – Cooperativa de Ação Cultural, cuja filosofia eu prezo bastante. É a sua 39ª edição e a primeira sem o seu fundador e diretor.

Este festival tem importância internacional nesta área e é muito rico quanto a variedade de filmes e de workshops. Tem também sessões de animação especiais para as escolas primárias (e não só), o que é uma excelente iniciativa, mas as quais eu odiava quando frequentava esse ciclo. A educação precisa de incluir muita cultura, mas nem sempre é fácil incuti-la. Quando eu tinha 6, 7 e 8 anos não era capaz de ficar muito tempo calada, nem sequer ficava horas parada ou a ver televisão. Desenhos animados que não falavam era simplesmente um suplício. Desenhos animados que implicavam muita atenção e sossego não eram, definitivamente, para mim. Cresci  com o Cinanima como uma marca de referência mas só 15 anos depois de sair da escola primária fui capaz de voltar a experimentar. Assim tipo comida da qual não se gosta, em que a sensação errada nos persegue anos a fio.

O Cinanima não são só desenhos de animação sem voz, mas sim, na sua maioria, em inglês legendado. Para facilitar a compreensão das crianças que só nos últimos anos da escola primária são capazes de ler legendas e, muitas vezes, nem aí, é feita uma seleção. O Cinanima é uma marca de referência e embora eu não gostasse dantes, inlcuírem no plano anual de atividades da escola foi uma mais valia para eu querer ter ido hoje.

Portanto, mesmo que as crianças sejam irrequietas e não adorem uma determinada atividade, desde que também não a odeiem, vão colecionando referências.

A todos os que não gostavam do Cinanima na escola primária e a todos os que nunca experimentaram desenhos animados que não estão nos nossos cinemas ou passam na televisão, venham até Espinho e experimentem. Os preços das sessões são muito mais baratos que os do Cinema, os criadores de cinema com pouco poder económico agradecem e Espinho também.


Quanto a segunda, tenho pena que o senhor presidente da câmara tomasse proveito da sessão de abertura para fazer campanha eleitoral. O resumo em inglês do seu discurso foi muito mais útil. De resto, tudo muito agradável. Um Porto de Honra onde alunos do ensino Profissional trabalharam, o que é SEMPRE de realçar e o que me deixa esperançosa na evolução da educação deste país. O bom ambiente que se sentia e o orgulho de ouvir um russo dizer que adora Espinho foram meio caminho andado para uma boa noite. A cereja no topo do bolo foi o filme The Snow Queen 2 – A Rainha do Gelo 2, produzida pelo estúdio Wizart Animation, russo, a squela do The Snow Queen, o qual foi baseado num conto de Hans Christian Andersen. 

Este filme não ficou atrás de NENHUM filme de animação da Disney ou da Pixar em argumento ou qualidade. Bem, no início do filme fiquei confusa... não sabia se na realidade estava a ver o Idade do Gelo ou o Frozen. Mas, com o decorrer do filme esqueci-me totalmente dessa sensação, a história e as personagens não tinham nada a ver. Mais, o filme era realmente muito bom como uma mensagem para crianças, ao contrário de quase todos os filmes de animação que chegam aos nossos cinemas. Aqui o filme era para ser compreendido por crianças, não tinha piadas ou analogias apenas compreendidas por adultos. Há quem ache que é aí que está a diferença e onde se realça a qualidade. Eu discordo, é muito mais importante ser capaz de transmitir mensagens profundas de forma simplificada às crianças.


Hoje é quinta e o festival só termina no domingo. É jantar cedinho e ir a uma sessão ainda esta semana! O programa fica aqui.
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