Com amigos é sempre mais fácil

Sou do tipo de pessoas que gosta de ajudar e tem uma enorme dificuldade em pedir ajuda. Tive pela primeira vez noção disto numa formação que fiz um dia, no âmbito de um projeto de voluntariado. A Margarida Pinto Correia, na altura diretora executiva da Fundação do Gil, explicou o quanto é importante reconhecer a necessidade de ajuda. Da mesma forma que um bombeiro não pode assistir alguém se não reunir as condições de segurança para si próprio, numa missão de voluntariado, como em qualquer outra situação na vida, nunca somos capazes de ajudar totalmente alguém se nós próprios não reunirmos condições para isso. Ou seja, temos de pedir ajuda para nós próprios, sempre que precisarmos dela e antes de tentar ajudar alguém.

Toda esta introdução para vos contar o porquê de no segundo fim de semana na casa nova termos recebido visitas. Sabemos que está a ser tão fácil este começo cá por toda a ajuda que temos e tivemos. Desde a ajuda emocional à material, porque temos amigos, pessoas com quem contamos mesmo sem pedirmos ajuda. E para que essas pessoas existam é essencial criar laços, é essencial não nos fecharmos para que não só o início desta aventura seja bom, mas todo o percurso. 

Então, no segundo fim de semana na casa nova, quando estava quase tudo no seu lugar, já conhecíamos as redondezas e tínhamos a despensa abastecida. Só faltava mesmo abrirmos a porta a amigos (ou conhecidos, vá). 

O convidado era um austríaco, que trabalha com o Pedro, em gesto de agradecimento pela boleia do aeroporto até casa. Correu tudo muito bem, mas o facto é que se notam algumas diferenças culturais e das que distinguem os amigos dos conhecidos. Em qualquer jantar entre amigos e portugueses falaríamos mais alto, por cima uns dos outros e haveria muitas piadas. Aqui não. Foi igualmente bom fazer um jantar, ter alguém novo connosco; houve risos, mas tudo bastante sóbrio.


A comprovar que é uma questão muito cultural, no domingo houve outro jantar: quatro portugueses e uma italiana. Já não foi cá em casa, foi numa casa no coração da cidade, e foi bastante mais animado. Um dos portugueses já está cá há muitos anos e já tem uma postura muito próxima dos austríacos. No entanto, a conversa nunca morre, houve muito mais piadas e um ótimo ambiente.

A internet tem tornado tudo muito fácil, inclusive o encontro com portugueses que cá moram e partilham o gosto pela nossa comida e pelo nosso país. Levamos leite creme para a sobremesa e foi um sucesso.

Conhecer pessoas cá é o princípio para tudo correr bem e para sermos emigrantes do século XXI, dos que não se fecham numa micro comunidade da mesma língua e não vivem só para o trabalho. No segundo jantar eramos essencialmente portugueses mas falamos sempre em inglês. 

Não sei se é só da minha impressão, mas isto está a começar mesmo muito bem!
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