Do meu micro-implante e do dentista

Bem, o micro-implante de que falei neste post, já saiu. Ao contrário das ordens do meu dentista, de o puxar, eu fui dando-lhe pequenos toques para que percebesse qual era o caminho para a saída. E assim, sem dor nenhuma, saiu.

Eu sei que foi covarde adiar a saída de algo que tinha de ser, só com medo da dor. Mas, pessoas, vocês não sabem o que tem sido este inferno da minha boca. Já conto 7 anos desde que tenho dores todos os santos dias na boca, ora musculares, ora na articulação ou nos dentes. Umas alturas piores, outras melhores, mas há sempre esta dor a moer-me. Há 7 anos que abandonei as pastilhas elásticas, que não trinco maçãs, que faço coisas perturbadoras à minha boca para reduzir a dor. Juntando a isto, tiraram-me os quatro dentes do siso, em que último me deixou de caixão à cova, em que a sensação foi de escavação até ao cérebro e uma carrada de pontos. O maior período de tempo que estive sem ir ao dentista nestes 7 anos foi em erasmus, 4 meses, e já se passaram semanas em que lá fui 3 vezes. Quando decidi tomar uma atitude mais definitiva quanto ao problema, cortaram-me um freio, colaram-me e descolaram-me coisas, não tenho apenas os braquetes fofinhos que toda a gente usa, tenho braquetes (que têm outro nome) no lado interior dos dentes, os quais me torturam a língua, e parafusos (aka micro-implantes) a esburacarem-me as gengivas.

Eu gostava de dentistas, gostava de lá ir e era sempre feliz nas consultas. Agora, arrasto-me e tenho medo. Já estive prestes a fugir da cadeira do dentista, com um pé de fora da cadeira e tudo. Há momentos extremamente desconfortáveis e em que me arrepio só de imaginar. Morro de medo por me imaginar ir a outra clínica dentária que não a minha. Embora todo o sofrimento, deposito-lhes todo o meu medo e respícios de confiança.

Por isto tudo, não fui capaz de puxar o parafuso. E, também por isto, fiquei extremamente feliz por ter saído sem dor.  
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