Vi os preços de uma nova, mais de 150€. Era um investimento grande, seriam mais de 30 viagens de elétrico para compensar a compra, não falando nos acessórios necessários. Estava fora de hipótese. Depois, lembrei-me do OLX aqui do sítio, o Will Haben, e encontrei uma bicicleta a 49€ relativamente perto.
Marquei com o dono e, chegado o dia, apanhei um autocarro que me levava para este. Sabia por quantas paragens passava antes da que eu procurava, mas, distraída com a Swarovsky, saí numa paragem à frente. Nunca sou amiga de mim própria e, assim, obriguei-me a caminhar 500 metros em pleno temporal.
Tinha finalmente a bicicleta à minha frente. Vi uma ou duas coisas partidas, nada que não esperasse para o preço dela. Pareceu-me bem. Muito bem, mesmo, até ao momento em que o dono me pergunta se vi que no anúncio explicava que era tão barata porque não tinha corrente. Ora, uma bicicleta sem corrente! Quem é que vende uma bicicleta sem corrente?! E não, não tinha visto. Ignorei o facto de estar em alemão e não ter percebido essa parte.
O comboio ficava a alguns quilómetros dali e era a única forma de a levar embora. Expliquei-lhe que com uma bicicleta sem corrente me complicaria a vida nesse aspeto. O rapaz ofereceu-se para ma levar ao comboio. Ainda assim, não fiquei convencida. Teria de pagar mais por uma corrente e precisava de luzes e de um aloquete. Disse-lhe que naquele dia não a levava, mas iria pensar. Ele propôs-me 30€ pela bicicleta e uma boleia para o comboio. Eu aceitei!
Aceitar boleia de um estranho assim, tão facilmente, que leva a mala aberta para que caiba a bicicleta pode parecer arriscado. Mas não é, aquilo era no meio do nada, e quanto mais no meio do nada, mais os austríacos são de confiança. O rapaz deixou-me intacta no comboio e até me explicou que precisava de comprar um bilhete para a bicicleta.
Já lhe pus uma corrente e luzes. Está pronta para irmos juntas às compras!
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