Espelho meu, espelho meu, haverá alguém mais distraído do que eu?

Sou distraída, talvez seja mesmo o cúmulo da distração. Já perdi o passe dos transportes vezes sem conta, já perdi carteiras e vários telemóveis. Perco-me muitas vezes na estrada. E já não me preocupo, exceto se for a carteira. De há uns anos para cá, deixei de gastar muito dinheiro em telemóveis e quando duram pelo menos um ano, dou-me por feliz. O passe de transportes tinha uma espécie de feitiço que o fez aparecer sempre, nem que já tivesse passes novos, nem que se passassem semanas, a bolsinha onde os guardava, um presente vindo de Liverpool, nunca me deixara ficar mal. E na estrada, ou o GPS ou alguém me ajudaria.

No entanto, houve um jantar em plena noite de Halloween, há três ou quatro anos, a que cheguei uma hora atrasada porque tentei uma estrada nova e perdi-me no caminho. Era uma auto-estrada, distraí-me, saí uma saída à frente e como pagara portagens decidi fazer o caminho para trás pela estrada nacional. O problema é que eu não conhecia o lugar, era pouco iluminado e, como é normal numa noite de temporal, havia muito pouca gente na rua. Além de tudo, era um dia em que perdera o telemóvel e quando tentei, como último recurso, voltar à auto-estrada, já nem esse caminho sabia.

O que se faz nestes momentos? Ou se entra em pânico, coisa que não resolve nada, ou se continua a andar por caminhos novos. A minha memória de peixe raramente se lembra de caminhos por onde só passei uma vez e, por isso, nesse noite, andei várias vezes nas mesmas ruas, às voltas. Apenas 30 minutos depois de me perder, encontrei alguém na rua que me apontou uma direção. Lá fui. 15 minutos depois reconheci a estrada em que me encontrava e 1 hora depois do combinado estava em casa dos meus amigos que já não sabiam muito bem o que fazer para saberem de mim.

Hoje também me perdi. Felizmente não havia ninguém à minha espera, em plena luz do dia e de bicicleta. Saí de casa em direção ao centro. Fui por uma rua com menos trânsito, distraí-me entre pensamentos e quando dei por mim já não sabia onde estava. Procurei o rio, no entretanto vi uma placa que indicava o centro e lá fui. Foram só mais 3 km do que era suposto. Quando cheguei ao destino parecia o Rudolfo, mas soube-me bem e descobri lugares novos e um percurso muito agradável para ser feito de bicicleta.

Moral da história, perdermo-nos no percurso e ser capaz de descontrair com isso, ajuda a desenvolver skills de orientação e traz sempre paisagens e experiências novas! No worries!
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