POIS. É uma má prática quando não estamos em Espanha, Itália ou França, dirão vocês. Eu também o sei, mas o meu cabelo escuro, o meu hábito de falar alto e gostar demasiado de forrobodó não deixam mentir quanto à minha origem. É coisa intrínseca e já instintiva, está-me nos genes e só me recordo disto quando a coisa dá para o torto.Eu rio-me muito de mim própria quando recordo a minha figura triste que no momento, não tem piada nenhuma.
Há uns bons anos, lembro-me de me acontecer com um francês que me ia dar três ou quatro beijos, não me recordo, e isso não ter acontecido. Quem ficou mal não fui eu e ainda assim eram beijos. Pior mesmo foi quando eu, chegada de fresquinho à República Checa, tentei beijar a minha buddy (colega que me ajudou na integração), que ao mesmo tempo me abraça e correspondendo-me, também me beija, numa tentativa de simpatia perdida numa sensação de estranheza gigante, ou mesmo encómodo por eu ter rebentado a bolha dela. Aprendi a lição por uns meses e limitei-me ao aperto de mão firme ou ao abracinho bem afastado.
Aqui, voltei a não me lembrar do quanto esta malta da Europa Central tem uma bolha grande. Fui tomar café com um casal da Bavaria. Que animação! Imaginem-me a mim, aproximar-me de uma senhora que eu imaginava querer beijar-me enquanto se dirigia para o meu lado esquerdo. Eu dirigi-me para o lado esquerdo dela, correspondendo. Até que,, numa espécie de abraço. Ora, desta é que não estava à espera. Esta malta (da Bavaria) nem um abracinho dá, é só uma espécie de, encostando o ombro e NUNCA, de modo algum, aproximando a face.
É dura esta vida de latina. Por aí, se não tiverem muito humor próprio, se tiverem dificuldade em rir com as próprias parvoíces, sigam o meu conselho: todo e qualquer cumprimento deve ser um firme aperto de mão. Com este nunca ficarão mal em qualquer que seja a situação!
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