Vamos falar sobre entrevistas de emprego


Nesta minha missão de apoio à emigração e à sua desmistificação tenho como dever contar-vos toda a minha perceção e experiência no que toca a entrevistas de emprego. Devo ressalvar que em Portugal tive umas quantas entrevistas, mas todas de forma muito informal e para tarefas onde o investimento que as entidades fariam em mim era muito reduzido ou nenhum. Lá tive-as de todos os feitios: com uma pessoa, com várias, com perguntas teóricas e sem elas. Até já só falei sobre viagens numa entrevista!

Por outro lado, aqui a experiência é totalmente o oposto: em inglês e entrevistas de emprego à séria (porque quero um emprego à séria), com todo um cariz protocolar. Assim acho que poderá ser interessante partilhar. Desde a minha opinião relativamente à roupa a levar até à treta ao que se diz para convencer o empregador. 

REGRAS DE CONDUTA:

1. Esquecer tudo o que está escrito na internet
É, a internet tem o lado bom de partilhar estratégias para enfrentarmos desafios novos, mas também tem como desvantagem estar cheia de lixo e casos particulares tornados genéricos. Uma entrevista de emprego vai ser sempre diferente, vai depender do tamanho da empresa, do(s) entrevistador(es) e do cargo a ocupar. Numa empresa pequena, geralmente tentam conhecer-te apenas. Numa grande, com muitos candidatos, traçam um perfil, podem rever conhecimentos e até fazer testes. Como o perfil é das coisas mais distintivas (pelo menos é o que sinto cá), não digam respostas iguais às que vêm escritas na internet porque irá correr, certamente, mal.

2. O empregador tem sempre razão
É ele quem lidera a entrevista. É ele quem vos vai empregar e se a ideia é deixar uma boa impressão, falar de mais ou dizer que ele está errado não é o caminho. É possível e interessante mostrar uma outra perspetiva ao empregador, mas esqueçam a postura do "eu estou sempre certa." Principalmente se o entrevistador for alguém dos recursos humanos, onde todas as perguntas são formuladas de forma a ler uma forma de estar, ser e traçar um perfil.

3. O candidato sabe fazer de tudo
Se por um lado a ideia é ser honesto, mostrar quem somos e porque queremos tanto aquele emprego, é importante que se demonstremos capacidades para cumprir os requisitos da vaga. Do tipo, se perguntarem "Tem experiência com crianças?", a resposta deve ser afirmativa e invariavelmente incluir um exemplo, "Sim, sem dúvida, durante o verão os meus primos costumam ficar em minha casa comigo", ainda que isso tenha sido quando tinha 5 anos e os primos também.

4. A roupa
Os homens têm o caminho facilitado neste aspeto. Se a empresa exige fato, siga, se não exige umas calças de sarja e uma camisa caem bem em qualquer circunstância. Já nós mulheres há um inúmero conjunto de coisas a considerar. A maquilhagem pode existir mas tem de ser natural e o "natural" pode ser bem subjetivo. O cabelo solto ou apanhado, com ou sem ganchos. Os brincos não devem chamar à atenção, mas se há coisa que eu gosto são de brincos. As calças pretas diretas são mais ou meno unanimes se não se quer apostar na saia para não ser demasiado curta, mas a camisa é mais complicada. O decote não pode saltar à vista, acetinado? com lacinhos? e folhinhos? uma formalíssima? Ai senhores, é difícil. Ir muito diferente dos restantes trabalhadores pode não nos deixar à vontade, mas eu defendo a ideia de que mais vale demasiado formal do que demasiado baldas. E deve ser uma questão de instinto, depois de uma pesquisa sobre o estilo da empresa e tendo em consideração a vaga em questão, sigam o instinto.

5. O candidato é sempre confiante
Não existem nervos. Não se volta atrás na palavra e se a ideia não foi bem expressa, reformula-se. Sorri-se e tem-se uma postura reta. Pernas descruzadas e mãos, não cotovelos, apoiados na mesa (caso exista). É duro, mas é assim. Deve ser criada e vivida uma persona, como se fosse teatro, porque os nervos não podem ser lidos, não podem. 

Haveria um sem número de coisas para serem ditos, mas é como dizia: não há fórmulas, apenas truques. Preparem as respostas às perguntas óbvias, percam tempo com isso e saibam sobre a história da empresa. Mas, muito importante, joguem com a confiança da vossa persona e com a humildade de estar sempre disposto a aprender. 
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