Acreditar

Li este texto há algum tempo. Não me esqueci dele por causa do seu lado romântico, que arrepia de vez em quando. Não me esqueci dele porque vem a desacreditar-se do mundo (de forma mal fundamentada) e eu, no topo dos meus vinte e quatro dezanove anos, não posso deixar que isso aconteça.

A Europa, tal como a sociedade, são construções nossas. Somos nós, as pessoas, que a criamos na procurar de uma solução melhor, mais eficaz e capaz de competir com os grandes. O problema é que a Europa é um conjunto de criancinhas encavalitadas umas nas outras, vestindo um fato de adulto. Não é um crescido a sério. Qualquer desiquilíbrio lá vai, desmorona-se. Mas o facto de sermos criancinhas, pequenas e com uma altura pouco imponente, incapazes de competir de igual para igual, não faz de nós menos encantadores.

A Europa é encantadora, desde a união das criancinhas à individualidade, a cada pormenor delas, a cada dedinho ou bochecha. Eu sou uma fã deste cruzar-fronteiras sem limites, destes braços abertos, de cada novo lugar que conheço, de cada pessoa e até das pessoas malucas das montanhas. A Europa desequilibra-se constantemente e se cair, as criancinhas arranjarão outra solução. E outra e outra, que o ganho (também) está na persistência. Um dia destes lembram-se de construir uma pirâmide, com os mais fortes na base e, aí, ninguém as pára. Até lá, não se desacreditem. Não se assustem com a malta marada que anda por aí. Não pensem, não repensem. Não a matem por antecipação, não se agarrem a teorias. 

Afinal de contas, as histórias más das viagens, serão sempre boas histórias para partilhar (por essa Europa fora).



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