Um dia gestora, outro professora e no fim massagista

Quando era criança tinha necessidade de me mexer, nunca parava quieta e a minha mãe conta que em Agosto me tornava insuportavelmente irrequieta, sem as aulas semanais de ginástica. Depois aprendi a nadar, a piscina dava-me valentes porradas que, acompanho pelo meu crescimento, me tornaram menos irrequieta. Depois deixei de ter três treinos por semana (quando não eram quatro ou cinco) de natação e passei a dar umas corridas e levar algumas 'porradas' no ginásio. E o quanto eu gostava da sensação de músculos trabalhados e a precisarem de uma semana de cama e alongamentos?

Quando era criança tinha um sonho. Queria ser gestora ou professora de educação física para ter um mega centro desportivo onde todos tinham o seu espaço. No meu centro desportivo haveria todos os desportos possíveis e imagináveis e era só e apenas o pequeno paraíso na terra onde do futebol ao ballet e da natação ao atletismo, as pessoas eram felizes e magras a fazer desporto.

Quando era criança era gordinha. Nunca fui gorda, mas sempre tive a minha rica barriguinha. Adorava desporto, era muito irrequieta e ainda assim tinha a minha bela e formosa camada de gordura focada numa zona tão pouco estética.

Agora, quase não me mexo, além de caminhar entre transportes públicos e todos os lugares a que estes me permitem ir. Deixei progressivamente de fazer desporto, por falta de tempo, por cansaço, por comodismo. Tive fases em que fiz ginásio, fases em que frequentava aulas de grupo, fases de corrida e vídeos do youtube. Agora, não faço nada e quando vejo os meus abdominais muito longes de forma, inspiro-me e penso em trocar de roupa e correr, mas só sou capaz de me encolher. Encolher e esconder debaixo do máximo de mantas possíveis. Já nem tenho a mesma caixa de ar e aos primeiros quilómetros sinto-me pronta a ir para a cova. Sei que é principalmente psicológico, que me devia motivar e pelo menos fazer o programa de 30 dias de abdominais que ando a adiar.

A ideia do desporto fazer parte da minha vida sendo dona de um mega ginásio, continuo a gostar da ideia, mas já sou demasiado ciente do que o futuro me reserva e de como as coisas funcionam. Mas, se algum dia ganhar o euromilhões não é ideia de deitar fora. A ideia de ser professora de educação física está no mesmo lugar de ser professora de outra coisa qualquer: não tenho vocação para mais ensinar mais de 1 ou 2 miúdos ao mesmo tempo. Gostava, ainda assim, de ficar ligada ao desporto, mesmo que só um bocadinho e só em possíveis futuros momentos da minha vida, através da massagem. Já dei alguns passos nesse sentido. Ainda faltam alguns, mas acho que me sentiria muito bem a fazer esse trabalho.

O desporto está um bocadinho de lado e a gordura tem sido levada pelo stress. Isto não acontecia dantes, nem o exercício tinha tamanho poder, mesmo quando corria para comer à vontade.


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