Ser demasiado feliz para ser normal é...

Ter ferros, arames e elásticos nos dentes há quatro dias. Consequentemente não comer fruta nem chocolate há quatro dias, quando a minha base de bom humor e o meu apetite sejam essencialmente chocolate e fruta. Não esquecendo a trabalheira que isto dos dentes metálicos dá a lavar. Lavar dentes com dor. Lavar dentes com escova xpto, passar três escovilhões diferentes e não esquecer de passar bem no cantinho y, no w e no z. Passar fio dental com arames a dificultar o acesso. Lavar os dentes mais 20 vezes por dia do que era habitual. Mudar estas rotinas todas de uma só vez e ter calma com isto.
Juntando aos dentes, está a ser uma semana de trabalho ingrato. Tão ingrato que só ainda não mandei um murro no computador, de modo a acabar com esta brincadeira de uma vez, porque pronto, ele é-me essencial para o próximo ano. Um erro aqui, outro acolá. Correr o código com poucos dados. Funciona. Correr com muitos, deixá-lo correr durante onze horas. Não resultar em nada. Ter erros em lugares que eu não sei. Não encontro. Debug. Debug até perceber que faltava uma vírgula e um um. UMA VÍRGULA E UM UM. Deixar a correr outra vez por horas infinitas. Estremecer quando está prestes a terminar. Ficar nervosa ao ponto de tentar roer as unhas. Unhas que eu não roo e que descobri que não posso roer. Porque? Porque tenho ferros, arames e elásticos há quatro dias nos dentes. E raios partam isto, tinha razão para ficar nervosa... erros, ERROS NÃO SEI ONDE!!!

Mas... mesmo assim, compreender que a tese é uma dor de cabeça para toda a gente que eu conheça. Sem drama. Tudo se faz. Perceber que isto dos dentes está no início da fase mais simples e menos dolorosa. Respirar fundo e planear ir ver o mar de tarde. Planear recuperar o bom humor e a boa energia. E, no meio destas coisas que atormentam o juízo de qualquer um, sentir-me feliz.
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