Moinhos de Vento

Costumo dizer que sou um dinossauro. Tenho apego a poucas coisas e os meus maiores sonhos não são megalómanos. Por exemplo, prefiro não comprar uma única peça de roupa durante um ano para poder ir conhecer uma aldeia qualquer de Portugal. Prefiro SEMPRE ir viajar de transportes públicos. Tenho uma paixão assolapada por comboios. Adoro levar a minha mochila às costas, uma espécie de carapaça, onde levo toda a minha casinha arrumada. Gosto de me restringir ao necessário por uns dias (ou ao que cabe dentro da mochila). ADORO não estar contactável. E todas as vezes que revelo fotografias perco cada mais a vontade de poupar dinheiro para uma boa máquina fotográfica digital. Sou um dinossauro porque não conheço ninguém tão aleatório, tendo em conta as vantagens do mundo atual face ao meu mundo.

Mas, convenhamos, a razão para eu ser assim é ter a possibilidade de ser exatamente o contrário e do mundo me obrigar, geralmente, a sê-lo. Passando esta parte à frente e acreditando num equilíbrio das vantagens da tecnologia, dos carros e por aí, com tudo o resto, é óbvio que são as coisas mais simples que me fazem mais feliz. Neste sentido, um dos meus sonhos era tirar uma fotografia com um moinho de vento.

E porquê, seu dinossauro? Porque eles são a coisa mais fofinha de sempre, porque nunca tinha estado perto de um, não existem aqui na zona onde moro. Há lá coisa que relembre mais a ideia básica e quase inexistente nas nossas memórias, de transformar o que a natureza nos dá em coisas úteis? Não são dinossauros... talvez não compreendam.

O que interessa, no meio disto tudo, é que o lugar onde ia era um lugar com Moinhos de Vento. Mais, era um lugar cheeeeio de Moinhos de Vento e onde pus um a funcionar. E foi tão bom! Foi assim muuuuuito melhor do que imaginava. Por vários motivos. Porque eu não sabia onde ia e as surpresas são sempre boas. Porque não se realizam sonhos todos os dias. E porque a minha paixão por moinhos só aumentou ainda mais. São a coisa mais fofinha de sempre (ainda que a velocidade a que giram não tenha nada de fofinho), todos os pormenores têm um objetivo, todo o mecanismo é uma obra de engenharia como já não se inventa. E mais, porque o moleiro e na nossa guia do Moinho do boneco, com todas as características dos típicos portugueses, pareciam ter saído de um livro de história. 

(Obrigada ao namorado mais querido de sempre! E recomendo vivamente a visita!)

Para aguçar a curiosidade:



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