Eleições

As eleições são no próximo domingo e eu não sei em quem vou votar. É triste e lamentável.
Estou informada sobre os programas eleitorais, vi  e ouvi a maioria dos debates. Fiz o teste da Bússola Eleitoral. Continuo sem saber o que fazer.

A Bússola Eeleitoral diz-me que sou centro-direita. Em termos sociais não poderia estar mais contra a direita. Já em termos fiscais e económicos encaixo-me ali na perfeição. Ainda assim, acho que a minha dificuldade não está em localizar-me politicamente, o meu problema está em não ser tudo tão exato quanto fazem parecer.

A Bússola Eleitoral ainda tentou que lhe dissesse qual a probabilidade de votar em cada um dos partidos, tal como qual a minha proximidade e identificação com cada um dos representantes partidários. Respondi à Bússola que não tinha opinião. Até tenho, mas se eu for por aí, parece-me que no domingo não me dirijo às urnas.

Lembro-me de há quatro anos achar o senhor Passos Coelho seguríssimo das suas capacidades. Era capaz de reconhecer ali um bom líder. As ideias dele pareciam-me um pouco abusivas para o contexto politico-economico do momento, mas ainda assim ele aparentava ter pulso. A verdade é que ele não foi capaz de cumprir o que prometeu, exatamente como a classe política nos tem vindo a habituar e como seria de esperar tendo em conta o buraco onde estávamos enfiados. Mas o senhor Passos Coelho também não deve ter vivido sereno e contente com esse fracasso durante estes 4 anos. Ele envelheceu a olhos vistos, tem um ar cansado, abatido, de quem carrega um grande peso. Perdeu o à vontade em elevar-se, perdeu o cantar de galo.

A senhora Catarina Martins, ao contrário do senhor António Costa, tem cantado de galo (ou será galinha?) com uma prestação altamente pontuada. É boa a argumentar e a sua posição quanto às políticas sociais enche o olho do Povinho. A diferença é que não vejo nela nenhum líder, não dá.

No final das contas, incluindo também os representantes dos partidos com menos força, não há nenhum que me inspire, nenhum em quem dê vontade de confiar, suficientemente seguro, firme, ponderado e, importantíssimo, transparente, com ideais superiores aos interesses.

Está difícil. Mas tenho uma certeza: não vou faltar no domingo.

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