Sobre o quanto eu preciso de trabalhar...



Gosto de ter o tempo ocupado. Acho que é algo genético ou de educação, mas ficar muito tempo a preguiçar ou em modo dondoca faz-me mal. Inquieta-me e angustia-me. Deixa-me uma sensação de falhanço, de inutilidade, de estagnação. Sei que às vezes é mais drama interior do que outra coisa e que o exercício me faz falta para gerir todos estes sentimentos exagerados. Mas tem sido difícil ter força de vontade para acelerar o ritmo... por motivos que nem eu compreendo muito bem.

O facto é que em julho dei por mim em desespero, pleno modo drama queen, por achar que depois de agosto seria desempregada. Ora eu que gosto de fazer tantas coisas, que tenho tantas ideias não quero NUNCA ser desempregada, não quero não ter obrigações que me tirem de manhã da cama. 

Nessa altura não fazia sentido procurar um trabalho a contrato, uma coisa a sério, de gente crescida, porque teria de parar em novembro. Decidi, então, pensar em coisas que queria fazer. Surgiu-me uma lista interminável: formações, voluntariado com idosos, cursos online, trabalhos manuais, massagens em vários contextos. Procurei formas de pô-las em prática e, na altura, muitas falharam, outras dependiam de outras e as que restavam já me deixavam confortável.

O problema deu-se quando eu percebi que os horários, as disponibilidades e a recetividade das ideias se foi alterando a meu favor. Quando tudo se ajustou a meu favor sem fazer muito por isso. O problema foi quando eu percebi que o meu tempo livre se reduziu a nada sem eu dar por isso. 

Estou feliz por ter o tempo ocupado, muito feliz até. Mas vou entrar no mesmo ciclo vicioso de sempre, num corre corre, em semanas e dias sem fim, sem tempo nenhum para mim, sem tempo para respirar, para ir ao cinema, ao café e ver o mar muitas vezes. 

Um dia aprendo a controlar-me, prometo que o um dia acontecerá.
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