EMIGRAR PORQUÊ?

Não vou emigrar por não encontrar trabalho cá, ao contrário do que aconteceu com a maioria dos portugueses nos últimos anos, e muito menos por não gostar do meu país. Na realidade, gosto muito do meu país, gosto muito da cultura, das cidades, das montanhas, das praias e das pessoas. Quero muito morar cá durante muitos anos. Quero muito envelhecer cá. Quero muito voltar - embora me digam frequentemente que isso não acontecerá. 

Não sou patriota o suficiente para achar que devo ficar cá para retribuir ao meu país o que ele fez por mim. Aliás, não acho que os meus pais tenham pago menos da minha educação e apoiado a minha saúde do que o que o estado contribuiu. Não me sinto em dívida para com o meu país e, acima de tudo, prezo a liberdade que ele me dá para poder voar para outras terras. Essa inexistência de gratidão não me permite repensar a ida por patriotismo. Pode parecer um ponto de vista ingrato, mas é só um ponto de vista livre. 

Como costumo dizer, a comunidade europeia é o lugar santo onde nasci. Sem stresses políticos, com liberdade de expressão (?), com liberdade economica e com medidas que facilitam, cada vez mais, a liberdade de trabalhar, viver e comunicar dentro dela. Eu gosto muito do conceito união europeia, onde é possível manter a cultura e os costumes de cada país. Eu vou emigrar porque gostava muito de morar noutro país. Vou emigrar porque quero passar por todas as capitais europeias antes de completar 30 anos, porque gosto de frio, porque quero aprender a esquiar, porque quero viver o espírito de Natal em lugares com Mercados de Natal à séria, com neve e muitas luzes. Quero emigrar porque acredito que a falta das pessoas de quem gostamos, as dificuldades linguísticas e as dificuldades que surgem ao morar fora de casa dos pais são totalmente compensadas pela riqueza de espírito, cultura e experiências novas que poderei adquirir. 

Mercado de Natal, Innsbruck


As últimas razões que me fazem emigrar, não as mais vinculativas, mas também importantes, são as oportunidades de trabalho. E a minha incredibilidade numa reforma em Portugal.

Resumo: a ideia de emigrar é acima de tudo por uma questão de gosto. Deixei fermentar tudo muito bem durante os últimos dois anos e a cereja no topo do bolo é a companhia que arranjei para ir comigo!
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