Amesterdão - parte 2



Eu gosto de museus pelo simples facto de que saio sempre de qualquer um com, pelo menos, uma história nova. Isso não foi exceção em Amesterdão. A novidade e exceção foi acerca do alojamento: caro e mau. Quanto à visita guiada que fiz pela cidade tenho mixed feelings.

Visitamos o Rijksmuseum, o Van Gogh e a casa de Anne Frank. Se o primeiro tem um edifício lindíssimo e lá podemos ver belíssimas pinturas caracterizando a idade de ouro holandesa, nos restantes o conteúdo não era tão relevante, mas o que aprendemos neles.

Vicent van Gogh foi um jovem que apenas aos 27 anos decidiu ser pintor e antes dos 40 suicidou-se, sendo notória a necessidade dele de procurar uma forma de se expressar. E quase um século depois, Anne Frank, naquele pequeno refúgio e sem luz, procurava mostrar ao mundo a forma desumana em que viveu durante os seus últimos anos na Holanda. Embora em contextos tão diferentes, a necessidade de expressão tornou o trabalho deles famoso e importantíssimo para a história da Holanda.


Mudando de assunto, o mito urbano diz que o alojamento em Amesterdão é mau ou menos bom.

Também há quem discorde mas, eu atesto o mito urbano. Fiz uma reserva pouco tempo antes da viagem e, além de ter pago caro, enganei-me e fiz a reserva só para uma noite. Teria sido bonito filmar a nossa cara ao chegar ao hotel, no final do segundo dia lá, e dizerem-nos que devíamos ter feito check-out. Mas... eram três noites. Não perguntem como... já fiz tantas e tantas reservas e nunca fiz tal parvoíce. Era sábado à noite, a cidade estava lotada e não tínhamos onde dormir.

Lá se arranjou uma solução, uma reserva à última da hora numa das últimas camas, minimamente em conta da cidade. O primeiro quarto não era bom, mas o segundo.... era péssimo. E em ambos houve uma coisa que me apoquentou, qual é a ideia desta malta ter alcatifa em escadas e quartos por onde passam tantos pés vindos da rua? Além das manchas e da sujidade entranhada há a cena dos ácaros e das cenas manhosas que não saem de forma alguma das alcatifas. Com a idade começamos a ficar mais nojentinhos com essas coisas. E se eu durmo maravilhosamente num chão de terra, faz-me uma certa confusão dormir num quarto cuja alcatifa não está lá muito bem limpa.

Fosse a alcatifa o problema porque no segundo hostel a falta de brio na limpeza era uma coisa chocante. Má, má, má. E o preço era o triplo do que pagaríamos se lá ficássemos à semana. Por isso, pessoas, quando forem a Amesterdão marquem com tempo, muito tempo e à semana. Ou ponderem em dormir numa das cidades à volta. Pela vossa saúde, façam o que vos digo.

E as cerejas no topo do bolo foram...

... o tempo e o guia da Free Walking Tour. Estava frio e se num momento o sol sorria radiante, dez minutos depois chovia como se o céu nos fosse cair em cima. Minha nossa, isto durante todo o fim de semana. Agora juntem o mau feitio do tempo com um guia turístico bicha-louca. Estão a ver aquelas coisas que um bom orador não faz? Tipo, manter uma postura reta e erguida e fazendo movimentos com as mãos que se enquadrem com o fluir do discurso? Pois, ali estava tudo errado. Não bastando a t-shirt com bananas, as meias com abelhas e as sapatilhas com flores que atraiam a nossa atenção, o senhor mexia as pernas e as mãos como se não houvesse amanhã, conseguindo mesmo que de vez em quando nos distraíssemos do que dizia. Foi o pior Free Walking Tour que fiz, sem grandes curiosidades, sem grandes novidades. Mas já ouvi relatos bons de tours da mesma empresa, foi mesmo azar com o guia. 


Não guardo belas recordações de Amesterdão, mas guardo muitas histórias e o conhecimento de uma cidade diferente e com aspetos e atrações peculiares. Viajar, às vezes, também inclui finais menos perfeitos. Mas inclui sempre aprendizagem e temas sobre os quais escrever e falar. Se incluirmos mais duas pessoas que nos receberam tão bem, com quem nos divertimos tanto e uma vez mais sentimos Portugal longe dele, posso dizer-vos que o fim de semana esteve muito perto da perfeição.



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