Currículo online

No museu Rijks, em Amesterdão.
Pus-me a pensar e ando nisto da escrita online há mais de doze anos. Chinapá, tanto tempo! Comecei com uma coisa chamada fotolog, que tinha como ideia publicar uma fotografia acompanhada por um texto. Tive dois fotolog, em duas plataformas diferentes. Depois a plataforma passou de moda e lembro-me de achar que estava a baixar o nível (não me lembro do conceito de baixar o nível no fotolog, mas é a ideia que mantenho); toda a gente tinha Hi5, toda a gente publicava textos e fotografias lá, era uma espécie de facebook, mas menos versátil, e mais uma vez passou de moda. Abandonado o Hi5, criei um perfil no Facebook há qualquer coisa como oito anos (GOD!). Algures entre o Hi5 e o Facebook tive um blog no Tumblr e, depois disso, outros dois no Blogger: um diário de erasmus e este. Já viram a quantidade de plataformas por que passei? Acho que devia incluir esta minha carreira online no currículo!

Ora, mas porquê que tenho acumulado todo este percurso? Bem, por um lado começou com um misto entre o diário e a rede social: tinha amigos que também tinham e era uma forma de partilhar, de ter uma vida online, de partilhar fotografias e coisas do dia a dia. Eu não vou ver as fotografias ou ler o que escrevi nos meus primórdios online: tenho medo de ter plena noção da pita que fui um dia. Imaginem o degredo! No entanto, sei que o meu Tumblr tem ainda muitas coisas giras, muitos textos impessoais, resultantes da observação do mundo que ia descobrindo, dos gostos que fui adquirindo e das experiências que fui vivendo. Por sua vez, este blog foi criado pela necessidade de continuação, pela necessidade de escrever as ideias que tenho, da necessidade de não ficarem só para mim e, mais ainda, para ter um arquivo onde fica tudo gravado. com acesso de qualquer lugar.

Este blog tem quase três anos, mais de 500 publicações e ganhou um novo sentido quando me mudei para Innsbruck. Gosto todos os dias mais dele, criei uma página no Facebook para que o que escrevo, as minhas ideias, independentemente do valor delas, chegue a mais gente, que se identifique ou, simplesmente, que odeie. Acho giro que haja pelo menos 50 pessoas a ler o blog diariamente e gosto da história que tenho contado e da persona feliz que vive nele. Ainda não gosto do design do blog e o nome tem a sua piada, mas não é o melhor. Não me afeta muito porque não pretendo que seja um blog comercial. Não ambiciono viver dele, como tantos blogs criados nos últimos anos pretendem. Não acho que as marcas se revejam nos conteúdos que produzo e gosto da ideia de ter um blog para não perder o treino de escrita. Não tenho em consideração as horas em que há mais pessoas online, não faço três posts diários porque não sou escrava do blog e ninguém me paga por eles, não faço comentários de beleza ou de moda frequentemente porque não são os temas que mais me interessam e, com tanta informação por aí, daqui só poderia sair asneira.

A ideia de que quem tem um blog, tem-no porque quer ser famoso ou poder ganhar dinheiro com ele, não se aplica no meu caso. Daí, eu gostar do meu pequeno nicho de amigos e conhecidos que acompanham as minhas loucuras e aventuras, ao invés de o tornar um foco do meu dia.

Sei que o século XXI está a convergir para a informação partilhada por imagens e não por textos longos. Mas eu ainda gosto deles. Ainda gosto das letras e das histórias que as imagens não contam. E são essas histórias uma escapatória para o tempo livre que nunca tive, tornando-as um vício. Um vício bom. 
Próximo post:
« Próximo post
Post anterior:
Post anterior »
0 Comentários fofinhos