Nortada? Onde andas?

Há uma coisa que eu odeio neste vale onde moro: o verão. Vá, nem é o verão, é o calor. O verão aqui é uma oscilação entre um calor terrível e uma tempestade com direito a chuva e trovoada. Adoro a chuva, o raro vento e não me importo nada que haja mau tempo TOOOODOS OS DIAS. Porque os dias de calor, minha nossa, levem-nos daqui, por favor. Fico para morrer. Transpiro pela cara. Eu nunca transpiro pela cara se não fizer desporto. Lavo o cabelo todos os dias, coisa que me chateia pelo tempo que me rouba e por acabar por dormir com ele húmido todos os dias. Não aguento mais do que dois quilos às costas e as minhas pernas só estão bem acima do nível do coração. A minha temperatura corporal ronda os 35ºC e a circulação não está preparada para este calor. Só estou minimamente bem junto de água e a não fazer nada. Nada que produza calor. Às vezes nem consigo mexer os dedinhos para um jogo no telemóvel. Já tomei uns quantos banhos de água fria para arrefecer e, geralmente, isso também não é agradável. Os choques térmicos são, na realidade que conheci até então, muito desagradáveis para mim e, nos dias de calor, sinto falta do mar gelado. Imaginem o drama! E, também, o sol é mais agressivo cá. Uma hora, nas horas de sol mais intensas, provoca escaldões. Apanhei um escaldão na cabeça este ano e isso nunca acontecera antes. Tenho de me encharcar de água, até ter sapos no estômago, para que não haja dores de cabeça. O sono é muito leve porque vivo entre o drama de precisar de estar coberta para dormir e o calor que um só lençol, de janela aberta, me faz. Não há nada melhor para um sono profundo do que um quarto frio, em que tenho muito peso de cobertores em cima de mim. Entalo os cobertores dos dois lados e fico ali, no casulo, a noite inteira, num só sono, contínuo, profundo e descansado. Se um dia puder escolher, vivo o inverno cá, na neve e no frio, sem chuva, e o verão aí, com a bela da nortada de Espinho. 
Próximo post:
« Próximo post
Post anterior:
Post anterior »
0 Comentários fofinhos